sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011

Leilão de camarotes e frisas acontecerá em 9 de fevereiro

O leilão de camarotes e frisas para os desfiles do Carnaval 2011 de Porto Alegre acontecerá no mezanino da Usina do Gasômetro (Av. Pres. João Goulart, 551) a partir das 20h do dia 9 de fevereiro. Introduzidas há dois anos, as frisas são uma invenção carioca e funcionam como uma espécie de camarote a céu aberto, exatamente ao lado da pista por onde desfilam as escolas de samba. Cada frisa comporta no máximo oito pessoas. Os camarotes são cobertos, na altura do segundo piso, e proporcionam uma visão panorâmica para até 15 pessoas. Serão leiloados 30 camarotes e 50 frisas, com lances mínimos de R$ 600,00 o camorote e R$ 300,00 a frisa. A venda será coordenada pelo leiloeiro Paulo Gasparotto.
Leilão de Camarotes e Frisas: 9 de fevereiro, 20h - Usina do Gasômetro

Ingressos para os desfiles serão vendidos dias 21 e 22

Acontecerá nos dias 21 e 22 de fevereiro na Usina do Gasômetro (Segundo Andar), das 8h às 17h, a venda de ingressos para os Desfiles do Carnaval 2011 de Porto Alegre. O preço do ingresso individual é de R$ 10,00 para os desfiles do Grupo Especial (4 e 5 de março) e para o Desfile das Campeãs (12). O Desfile do Grupo A, no dia 6, será gratuito. Serão colocados à venda 8,6 mil ingressos para cada uma das três noites.

Programa
Dia 4 (sexta) – R$ 10,00  - Desfile Oficial – Grupo Especial
Dia 5 (sábado) – R$ 10,00  - Desfile Oficial – Grupo Especial
Dia 12 (sábado) – R$ 10,00  - Desfile das Campeãs – Grupo Especial
Dia 6 (domingo) – gratuito - Desfile Oficial – Grupo A
Venda de Ingressos - Arquibancadas: 21 e 22 de fevereiro, 8h a 17h - Usina do Gasômetro

Marcelo Oliveira da Silva
Coordenador de Comunicação
Secretaria da Cultura de Porto Alegre
+55 (51) 3289.8020
       (51) 8188.9291

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PROCISÃO DE NAVEGANTES

 Procissão de Navegantes teve novo roteiro no dia 2
As procissões fluvial e terrestre de Nossa Senhora dos Navegantes completa 136 edições com novo roteiro no dia 2 de fevereiro em Porto Alegre, reunindo um público que mistura fiéis, remadores veteranos, representantes de clubes náuticos, esportistas e ilhéus.
Há mais de um século a festa mobiliza a comunidade, sendo a Procissão o ponto culminante da participação popular.


Em razão da cedência do antigo Parque Náutico do Estado à Brigada Militar pela administação estadual anterior, o roteiro da procissão foi alterado parcialmente. O local de desembarque foi transferido para o píer da Colônia Z-5 de Pescadores da Ilha da Pintada, onde ocorre a  missa campal, feira de artesanato e apresentações culturais. No local, também é disponibilizada uma praça de alimentação com comida típica ribeirinha, como os tradicionais bolinhos de peixe e  peixe na taquara. A previsão do coordenador da comissão da Festa de Navegantes, Orval Maia, foi de mais de 150 embarcações participando da procissão fluvial.

Patrimônio da Cidade
A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes foi reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Porto Alegre. A Administração Municipal se sente honrada em ter encaminhado processo nesse sentido ao Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, homologado em janeiro de 2010. A Celebração da festa faz parte dos saberes, formas de expressão e lugares significativos para a preservação da memória cultural da capital.

 Cronograma

8h - Celebração e benção das famílias na Capela Navegantes do Estaleiro Mabilde;

9h - Embarque da imagem em frente ao Estaleiro Mabilde e saída da procissão em direção ao Gasômetro para embarque de convidados;

9h30 - Embarque dos convidados, munidos de passaporte, na embarcação Noiva do Caí II;

9h45 - Saída da procissão em direção a Ponte Móvel do Guaíba, retornando até a Ilha da Pintada onde ocorrem as atividades religiosas e culturais;

11h - Início das atividades na Ilha da Pintada (Missa Campal, Feira de Artesanato e shows culturais);

Foi disponibilizada praça de alimentação no local, com o tradicional peixe na taquara - participação por adesão.

Realização:
Comissão Organizadora Pró-retorno da Imagem Oficial de Nossa Senhora dos Navegantes; Prefeitura Municipal de Porto Alegre; Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre.

Apoio:
Supermercados Asuns, Georges Pastel, Coopeixe, DMAE, Afrosol, Camp, Gabinete do Vereador Mauro Zacher, Clubes Náuticos, Remadores Veteranos e comunidade das Ilhas.

Texto de:
Marcelo Oliveira da Silva
Coordenador de Comunicação
Secretaria da Cultura de Porto Alegre
+55 (51) 3289.8020
       (51) 8188.9291
Adaptado para o RDC Notícias.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

6º Concurso Causos do ECA

ASSISTA "PEQUENOS PRÍNCIPES" NA ÍNTEGRA
Conforme anunciado em reportagem anterior, a história da RDC na Feira do Livro de Porto Alegre recebeu premiação no 6º Concurso do ECA, há poucos dias atrás.
O Causo Pequenos Príncipes, de autoria de Denise Flores, que há vários anos trabalha com meninos e meninas com trajetória de rua, ficou entre os quatro classificados.
A premiação foi a produção de quatro curta-metragens mostrando os causos premiados.
Fiquem, portanto com o nosso "pequenos Príncipes".

domingo, 30 de janeiro de 2011

6º Concurso Causos do ECA

"PARA FAZER DA RDC UM FILME... AGORA É REALIDADE..."

Como eu dizia no artigo anterior, a história da RDC sempre foi feita de surpresas.
O último e-mail da Denise Flores foi desse tipo. Para simplificar e não fazer muito suspense, transcrevo o texto que ela publicou no blog Ensinando e Aprendendo:

Um voto, um click em defesa do ECA: Pequenos Príncipes é curta metragem!!!!!!!

Agradeço, pois, a educação dedicada de minha tia Mosa e o exemplo que me conduziu ao magistério, a minha filha Julia que resignificou-me como mãe, ao meu menino Aruã que me dá a oportunidade de revisitar minha infância, ao André, companheiro e apoiador que se revela a cada dia uma pessoa inigualável, a meu pai e minha mãe, redescobertas da maturidade e, especialmente, a minha Mãe de Santo Mãe Carmen de Oxalá do Ylê Assobecaty que amorosamente me apresentou a minha Mãe Yemanjá, Omiô! Por fim, aos incansáveis Itair Lintchin e Marco Maragato, tb meu compadre, por serem meus mestres nesta missão de transformar os modos de se relacionar com o mundo por meio do rádio. E, é claro, a minha vó Pretinha!
Abraços
Denise Flores
Parabéns a você Denise e a todos os protagonistas dessa bela história.
Itair Linchim

6º Concurso Causos do ECA

"PARA FAZER DA RDC FM UM FILME..."

A história de nossa pequenina rádio sempre foi feita de surpresas, como dádivas dos deuses da comunicação em reconhecimento ao talento e ao esforço de muitas pessoas que participaram e participam da família RDC.
Nestes doze anos, fomos protagonistas e testemunhas do redesenho nos meios de comunicação em nível de Brasil e internacional.
Outro dia, no finalzinho de setembro recebi um e-mail da Denise Flores:

"Oi Itair

Um milhão de coisas é pouco para definir como conduzimos o nosso dia a dia. De qualquer forma algumas coisas acabam inevitavelmente nos unindo e a RDC FM, tem um talento especial para isso. 
O causo que escrevi já está disponível no link abaixo

Já valeu a pena só por contar pro Brasil o que uma Rádio Comunitária pode incidir na vida da cidade..."

O "causo" referido tem a ver com parte dessa história, que vivenciamos na Feira do Livro em Porto Alegre.
Desde 2001, num espaço dedicado aos meninos e meninas com trajetória de rua, situado na Área Infanto-Juvenil da Feira instalamos a "emissora" que leva o próprio nome desse lugar: "Rádio Asteróíde".
A Denise, nossa parceira dentro e fora da RDC e responsável por nossa aproximação com o Espaço Asteróide e com a Feira do Livro, nos trouxe mais esta surpresa. O causo estava inscrito e bem posicionado para concorrer às quatro vagas finalistas no 6º Concurso Causos do ECA.
Segundo ela, os quatro causos vencedores são transformados em curta-metragens, com divulgação nacional.
"Para fazer da RDC um filme é preciso que o causo esteja entre os mais votados..."
Abaixo está reproduzido o nosso causo, cujos personagens possuem nomes fictícios, em atendimento ao regulamento do concurso.
Itair Linchim

Pequenos Príncipes

Denise Soares Flores
Porto Alegre/RS
Aprendi a contar causos com a minha avó Pretinha. Eram contos de assombração, proezas e encantamentos que pareciam muito mais reais do que os que líamos nos livros. As bruxas eram velhas de nossa família e João e Maria não voltaram para casa, mas aprenderam a se virar sozinhos na floresta, onde passaram a viver com seus protetores “Rompe Ferro” e “Corta Vento”, os cães que saltaram dos seios da feiticeira enquanto ela ardia na grande fornalha que costumava acender para assar crianças perdidas.

Desse gosto pelo mágico veio a paixão por rádios comunitárias e, com ela, os meninos e meninas nas ruas do centro da cidade de Porto Alegre – nomeada a capital da literatura pela tradicional Feira do Livro. Durante o evento, a Praça da Alfândega fervilha de gente absorta pela cultura que o espaço respira. O povo fica lindo, desfilando pelas alamedas de bancas enfileiradas e bordadas com todas as cores e livros do mundo! A praça de alimentação, nem se fala: é um camarote para assistir ao espetáculo e, de quebra, tomar um refrigerante com os amigos.

– Tem uma moeda aí tia? – Não tenho nada, não... (olho de estranhamento da tia...). – Então me dá um gole do teu refri? A “tia”, sentada logo à minha frente, estende a mão resoluta e entrega ao menino a latinha, num gesto que interpretei como “pega e vai andando”. Olho ao meu redor: um garçom observa o acontecido. Percebo o movimento de outros meninos que se arriscam a avançar sobre os canteiros, único lugar disponível para um acesso furtivo ao local. O menino com a latinha caminha ao encontro dos demais. Menos de dez minutos depois, eram quatro os meninos que circulavam por ali.
Aguço a minha atenção. Agora observo os meninos e os olhos do garçom. Ele visivelmente incomodado com a cena, e os meninos distraídos entre brincadeiras, pedidos nas mesas e livros.

Que será que o garçom vai fazer? Penso alto com o espírito inquieto. Se agarrar os meninos vou pra cima dele com o Estatuto na mão! – anuncio a uma amiga que está comigo. O garçom some, reaparecendo acompanhado de um segurança contratado pela Feira. O segurança avança na direção dos meninos, eles saem correndo por entre as bancas e as pessoas na praça, o homem corre no encalço deles e eu despenco logo atrás. Alguns metros adiante percebo que os meninos tomam uma vantagem considerável e que o segurança para. Quando ele cruza comigo, faço a abordagem típica:

– Eu gostaria de saber o que os guris fizeram?

– Eles estavam perturbando as pessoas da Feira – respondeu com rispidez.

– Mas o Senhor não sabe que eles têm tanto direito de circular nesta praça como nós dois?

– Não gostou, leva pra casa, dona! – disse debochando, e seguiu andando.
Fiquei parada ali mesmo enquanto ele se afastava. A provocação serviu e eu já sabia o que fazer.

No outro dia bem cedo, fui à Administração da Feira do Livro, pronta para uma boa briga, pois ainda não havia conseguido digerir o insulto do dia anterior. Uma pequena espera na recepção e surge uma voz marcante às minhas costas. Dona Eva se despedia alegremente de alguém, um sorriso que desarmou meu espírito.

Olá, sou Eva, sobre o que seria? Relatei à dona Eva o ocorrido da noite anterior acrescentando que era professora em uma escola municipal que recebia meninos e meninas em situação de rua, mas naquele momento estava ali apenas como cidadã de Porto Alegre.

Logo no início da conversa, um pouco de desabafo: disse a ela que não entendia como a Feira do Livro, na sua importância cultural e de lazer, não cumpria igualmente com o seu papel para aquelas crianças; falei sobre a falta de atenção e descumprimento do ECA e como havia percebido a alegria delas quando raramente tomavam um livro nas mãos sem serem confundidas com “ladrões”. – Ladrões de que, dona Eva, da cultura? Eu procurava conter a emoção, mas disfarçava mal a aspereza perceptível no meu tom de voz. Dona Eva, porém, ouvia-me com tranquilidade e atenção. Primeiramente séria, depois com um largo sorriso. Estaria levando a sério o assunto? E se eu estivesse atrapalhando seus negócios? Na dúvida, arrisquei: – Faço rádio comunitária e adoro contar histórias... Quem sabe se...

Uma hora de conversa e saímos da sala, emocionadas e dispostas a fazer uma Feira diferente, mesmo que, como disse ela, com resistência de alguns.

Com data e hora marcadas voltei à Praça da Alfândega para o primeiro programa de rádio “ao vivo” com a meninada. O pessoal da RDC FM foi instalado em um estande meio improvisado. Monta transmissor, testa equipamentos, sobe antena, puxa fio.
– Rádio Pirata? – perguntavam os curiosos.

– Que nada, Rádio Itinerante – respondia meu compadre Zeca, acompanhado de Seu Carlinhos, nosso Professor Pardal. – E feita por esta meninada aqui, ó, dizia eu, com umas dez caras sorridentes à volta.

Naquela tarde, lembro-me bem, chovia cântaros e nos amontoávamos debaixo da lona.

– Quem é aquela tia? – perguntava um.

– Corre atrás que é a escritora tal, dizia outro...

– E aquele é senador aqui do Estado!

– É quem?

E lá iam eles, correndo... corriam... só que desta vez, não corriam do segurança nem do garçom nem atrás da moeda da tia, corriam porque eram “os repórteres da rádio” na Feira!

Em 10 anos a experiência amadureceu, garantiu o ECA e conquistou o coração da Feira do Livro de Porto Alegre. O espaço ganhou até nome, ASTEROIDE, aquele mesmo de onde veio o Príncipe que adorava viajar mundos ouvindo histórias.

Continuamos nos reunindo a cada final de outubro para fazer rádio e contar histórias. O compadre Zeca, o “Professor Pardal”, o “Ferrão”, como é conhecido um dos meninos que começou conosco, hoje com 25 anos, eu, a gurizada que sempre aparece e, é claro, a dona Eva. Muitos colaboradores já se juntaram ao nosso grupo, novos meninos e meninas, várias ideias e outros causos que se multiplicam. Mas os melhores mesmo são aqueles que minha avó Pretinha contava, os mesmos que divido com esses pequenos príncipes todos os anos na Feira do Livro.
Denise Soares Flores é professora alfabetizadora da rede municipal de ensino em Porto Alegre, tem desenvolvido vários trabalhos de destaque envolvendo cultura e crianças e adolescentes em situação de rua e de mobilização na defesa de direitos humanos, por meio de rádios comunitárias.